Você sabia que a microbiota intestinal pode estar diretamente envolvida no desenvolvimento do diabetes tipo 2?
Ainda não entendemos tudo sobre o diabetes (afinal, se soubéssemos já tinha cura, né?). O que sabemos que ele é um verdadeiro quebra-cabeça metabólico. E nos últimos anos, uma nova peça importante entrou em cena: a microbiota intestinal.
Estudos mostram que a disbiose (o desequilíbrio da microbiota) pode alterar o funcionamento intestinal, afetar a fermentação de fibras, comprometer a integridade da barreira intestinal e promover inflamação crônica de baixo grau — uma das faíscas da fisiopatologia do diabetes tipo 2.
(Já escrevi sobre inflamação crônica em outros textos do Substack (dá uma olhadinha nos anteriores!).
Aqui vamos além: a microbiota intestinal já é considerada por muitos pesquisadores como um biomarcador do estado metabólico. Quando ela está alterada, todo o corpo sente: há impacto no metabolismo, ganho de peso e aumento da resistência à insulina.
Quando eu digo que o corpo todo sente, o cérebro também entra na história. A percepção do sabor doce (mesmo de adoçantes artificiais) pode acionar vias metabólicas que alteram a secreção de insulina — sem que haja, de fato, chegada de glicose. Resultado? O corpo se confunde, libera insulina à toa (hiperinsulinemia) e favorece o acúmulo de gordura.
E os adoçantes? Ah, os adoçantes... mesmo aprovados por órgãos reguladores como a FDA e Anvisa, há muitos estudos que mostram que eles não são tão “inofensivos” quanto parecem. Eles podem alterar a microbiota intestinal, reduzindo bactérias benéficas, além de estimular respostas hormonais enganosas, como se houvesse calorias chegando.
Em 5 espécies testadas, os adoçantes se mostraram metabolicamente ativos. E embora muitos estudos tenham sido feitos em ratos, os achados não deveriam ser ignorados.
Então, o que fazer?
Evite o uso indiscriminado de antibióticos. Eles eliminam as bactérias ruins... mas também as boas.
Module a microbiota com a alimentação. Alimentos ricos em prebióticos (como alho, cebola, aveia, maçã com casca, banana, biomassa de banana verde, linhaça, gergelim, alcachofra e feijões) são os favoritos da flora intestinal.
Questione o uso contínuo de adoçantes artificiais. Se não houver uma indicação clínica específica, talvez seja melhor repensar o hábito.
A microbiota intestinal está longe de ser um detalhe. Ela é uma aliada (ou inimiga) silenciosa da sua saúde metabólica.
Sugiro a leitura desses artigos que passaram pela minha curadoria (sou chata, então pode confiar, hahahhah)
Pepino, M. Y. Metabolic effects of non-nutritive sweeteners. Physiology & Behavior, 152, 450–455 (2015). https://doi.org/10.1016/j.physbeh.2015.06.024
Sohail, M. U. et al. Role of the gastrointestinal tract microbiome in the pathophysiology of diabetes mellitus. Journal of Diabetes Research, 2017, Article ID 9631435. https://doi.org/10.1155/2017/9631435
Rial, S. A. et al. Gut Microbiota and Metabolic Health: The Potential Beneficial Effects of a Medium Chain Triglyceride Diet in Obese Individuals. Nutrients, 8(5), 281 (2016). https://doi.org/10.3390/nu8050281
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