Demos um bom mergulho no sistema imune nos textos anteriores. Conhecemos as células imunitárias, suas funções, onde, quando e como são produzidas. Hoje vamos falar delas: as citocinas — essas mensageiras moleculares que coordenam os diferentes tipos celulares envolvidos na regulação do sistema imune e nas respostas inflamatórias.
Vejo muita gente falando sobre elas de forma equivocada por aí… Então vou te contar mais sobre elas :)
Uma única citocina pode afetar vários tipos celulares e diferentes alvos ao mesmo tempo. Elas ajudam os leucócitos a chegarem até o local do dano, modulam a função das células imunitárias e estimulam a proliferação e diferenciação de vários tipos celulares envolvidos na resposta imune.
As citocinas mais conhecidas por estimular e perpetuar uma resposta inflamatória são as interleucinas (IL-6, IL-1, IL-2), o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e os interferons (como o IFN-γ).
A IL-6, por exemplo, é produzida por vários tipos de células imunes e não imunes — como os hepatócitos — em resposta a um estímulo inflamatório de fase aguda. Ela está envolvida nos estágios iniciais da inflamação, mas seus níveis permanecem elevados em situações de inflamação crônica, o que aumenta a sobrevivência e o crescimento de linfócitos e macrófagos para manter a inflamação ativa.
A família da IL-1 tem 11 membros com efeitos majoritariamente pró-inflamatórios. Eles estimulam a produção de outras citocinas e promovem a multiplicação de células inflamatórias pela medula óssea. Além disso, intensificam o recrutamento de células que atuam no combate à inflamação.
O TNF-α tem funções semelhantes e também está envolvido na “faxina” após o processo inflamatório, promovendo a remoção de células mortas ou danificadas por meio da apoptose.
Até aqui, tivemos uma visão geral sobre o que é o sistema imune, as células que o compõem e os processos envolvidos na defesa contra agentes agressores. Essas definições são importantes para entendermos como fatores ambientais — como estresse, alimentação, sedentarismo, exposição a toxinas — podem ativar esses mesmos mecanismos inflamatórios.
E é aí que mora o perigo: a inflamação, que deveria ser resolutiva e passageira, pode persistir. E quando isso acontece, ela deixa de ser protetora e começa a ser um gatilho silencioso para o adoecimento.
E o pior… esse processo pode ser silencioso por muito tempo…
Inflamar é natural. O problema está quando a inflamação se prolonga ou quando o corpo não consegue resolvê-la.
No próximo texto, exclusivo para assinantes pagos, vou te mostrar os principais fatores que mantêm esse fogo aceso — e, claro, como a gente pode apagá-lo.
Te espero lá?
Beijo procê!